Adobe é uma palavra espanhola que significa tijolo de barro seco ao ar livre.
O termo se originou do árabe “attob”, que por sua vez está relacionado a palavra egípcia “thobe”.
A construção com adobes se propagou por todos os climas quentes e secos, subtropicais e temperados do planeta.
Encontram-se construções com adobe que datam até 8.000a.C., em sítios arqueológicos da região do Turquistão;
6.000 anos na Núbia;
4.000 anos na Síria;
No Egito, até hoje existem estruturas monumentais de adobe com mais de 3.000 anos.
A mesquita de Jené, em Mali, é uma das maiores edificações de adobe do mundo, juntamente com a cidadela de Bam, no Irã.
Shiban, no Iêmen, é a cidade vertical mais antiga da humanidade, famosa por seus prédios estruturados em adobes.
Para você ter uma ideia, A torre da mesquita de Tarim possui 38mts de altura e foi construída com adobes feitos manualmente.
No México, América Central e América do Sul são encontradas construções de adobe em praticamente todas as culturas pré-colombianas, como por exemplo, os indígenas da etnia Pueblo, com suas as habitações tombadas pela Unesco.
As civilizações pré-colombianas já faziam uso dos adobes aqui nas américas.
Construíram pirâmides, templos e cidades inteiras, como Chanchan, no Peru.
Chanchan, no peru, é a maior cidade de adobes das Américas com área de 20km2.
No Brasil, os adobes chegaram com a colonização portuguesa e até meados de 1900 foi um dos principais materiais construtivos do país.
A partir do século 19, a eliminação das técnicas tradicionais de construção foi uma forte tendência nas legislações urbanas. Alguns estados proibiram a construção com terra ou qualquer outro modelo arquitetônico que remetesse ao período colonial.
Felizmente, hoje o cenário está diferente. A norma NBR16814 para construções em adobe já foi aprovada e as pessoas estão cada vez mais cientes dos benefícios de utilizar a terra crua como elemento de construção.
Após tantos anos de produção científica, sabemos que as construções com adobe não precisam ter um aspecto colonial, duram milhares de anos e possuem mais vantagens para a saúde e para o meio ambiente que os materiais industrializados.
Esse resgate é justificado por diversos fatores, sendo principalmente associados às propriedades físicas, químicas, térmicas, acústicas e mecânicas das técnicas de construção com terra, além de fatores sociais, culturais, técnicos, econômicos e históricos associados.